Para Freire, proposta de coincidência das eleições é golpista e casuística
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), e o líder da bancada do partido na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), se revezaram na tribuna da Câmara, nesta terça-feira, para repelir a PEC ( Proposta de Emenda à Constituição) de autoria de Eduardo Sciarra (PSD-PR) que estabelece a coincidência das eleições. O partido apresentou requerimento de adiamento de votação, conseguiu apoio para esvaziar o quórum, e derrubou a sessão que analisaria a proposição.
Freire lembrou que, durante o regime militar, proposta com a mesma ideia foi enviada ao Congresso Nacional e a oposição se colocou contra. “Nunca imaginei que, em pleno processo democrático que o país vive, tivéssemos que nos posicionar mais uma vez contra uma PEC golpista e casuística como esta”. Ele é favorável a que cada eleição discuta seu tema e fortaleça a democracia.
Mudar, mas não para pior
Rubens Bueno, por sua vez, ressaltou que o modelo eleitoral em vigor no país está “vencido”, mas ponderou que “não podemos partir para uma solução pior”. Ele observou que o PPS ofereceu uma proposta de reforma “com começo, meio e fim, profunda, consistente, na qual pudéssemos mudar o país, independente de um partido grande ou pequeno”.
O presidente Roberto Freire advertiu para a prorrogação de mandatos que possibilitaria a coincidência das eleições e ressaltou que em nenhum país democrático do mundo existem eleições nacionais e municipais realizadas em um mesmo momento. “Essa tentativa de diminuir gastos desaguará em uma reserva de mercado na qual os vereadores ficarão vereadores, os deputados estaduais como deputados estaduais e os deputados federais renovando seus mandatos”.
Rubens Bueno disse que o PPS quer uma reforma política à altura do momento e da necessidade do país. “Se formos nos deixar levar pelo argumento do custo, temos de acabar com as eleições, o que é um absurdo”. O líder elogiou o trabalho do relator da reforma, Henrique Fontana (PT-RS), mas disse que ela deve ser votada como um todo. Convocou os pares a votar contra a coincidência das eleições porque “é um retrocesso e o pior do pior da história do Brasil”.
Leia a íntegra da proposta do PPS para a reforma política
Fonte:Portal PPS
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