sexta-feira, 25 de julho de 2014

Justiça Federal no ES bloqueia bens de sócios da Telexfree


Os bens dos sócios da Ympactus Comercial S.A, empresa que representa a marca Telexfree no Brasil, foram bloqueados pela Justiça, nesta quinta-feira (24). De acordo com o Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF-ES), o pedido de bloqueio de bens e quebra dos sigilos fiscal e bancários da empresa e dos sócios foi feito para subsidiar as investigações dos crimes cometidos pela empresa. Durante a manhã, uma operação conjunta entre MPF, Polícia Federal e Receita cumpriu nove mandados de busca e apreensão na sede da empresa, na Enseada do Suá, em Vitória, e em outros endereços ligados ao grupo.

O advogado da Telexfree, Rafael Freitas de Lima, disse que recebeu o processo, mas ainda não leu todo o material. Ele informou ainda que uma reunião foi marcada para discutir sobre a decisão e o posicionamento da empresa será dado no final da noite desta quinta-feira.

Segundo o MPF-ES, a Telexfree tem de suspender, imediata e integralmente, as atividades econômicas no território nacional. A Justiça autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão em oito locais da GrandeVitória, nas residências de dois sócios, nas sedes da Telexfree e de outra empresa investigada, e em quatro escritórios de contabilidade.

O Ministério Público Federal no Espírito Santo solicitou a apuração de crimes praticados pela empresa e seus sócios e um inquérito foi instaurado. O material apreendido na operação vai subsidiar as investigações sobre crime contra a ordem econônica popular, oferta pública de valores mobiliários sem registro junto à Comissão de Valores Mobiliários, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.

O Juiz Federal Substituto, Aylton Bonomo Junior, em decisão assinada em 21 de julho, negou o pedido de prisão preventiva dos sócios Carlos Roberto Costa e Carlos Nataniel Wanzeler, mas determinou o comparecimento mensal e obrigatório dos investigados à Justiça para justificar suas atividades. Os dois sócios também estão proibidos de se ausentarem do país e foram incluídos no Sistema Nacional de Procurados e Impedidos (SINPI).

A Procuradoria não vai recorrer da decisão imediatamente, mas vai verificar se as medidas cautelares impostas aos sócios da empresa serão suficientes. O processo tramita sob sigilo na Justiça Federal do Espírito Santo.

Polícia Federal na sede da Telexfree, em Vitória
(Foto: Fiorella Gomes/ CBN Vitória)

Operação
A Polícia Federal realizou, na manhã desta quinta-feira (24), a Operação Orion, que investiga os crimes financeiros relacionados às atividades da Telexfree no Brasil. Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, Rodrigo de Lucca, há provas de que a empresa funcionava como uma pirâmide financeira. "A prova colhida nos autos é cabal, tanto do funcionamento da pirâmide financeira, quanto em relação ao funcionamento da empresa como uma instituição financeira sem ter autorização do órgão competente para isso", falou.

A análise do material apreendido, segundo De Lucca, vai integrar a parte final das investigações. "O trabalho feito hoje foi a coleta de documentos, mídias, notebooks e smartphones para reforçar ainda mais a materialidade que existe do crime praticado pelos representantes da empresa Telexfree", disse.

Segundo a Polícia Federal, funcionários foram encontrados no escritório central da empresa, que não poderia estar funcionando. Alguns negaram que estivessem trabalhando. O encarregado geral do prédio onde funciona a Telexfree acompanhou o trabalho da Polícia Federal.

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