sexta-feira, 18 de abril de 2014

Chuvas não recuperam mananciais


O período chuvoso no semiárido nordestino deve acabar em meados de maio e, até lá, não terá sido suficiente para recuperar satisfatoriamente o nível dos reservatórios potiguares. Esta é uma previsão da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do Rio Grande do Norte (Emparn) para os próximos meses. De acordo com o meteorologista do órgão, Gilmar Bristot, a agricultura tem se recuperado com as precipitações do início deste ano, que estão dentro da normalidade. Porém os gestores precisam se preparar para as dificuldades que serão causadas pelo baixo volume do líquido armazenado para o resto do ano.

Mesmo com as últimas chuvas, Itans está com pouco mais de 15%

“Ainda temos um mês de chuva pela frente. A regularidade delas aqui depende dos oceanos, que estão favoráveis. Mesmo assim está chovendo pouco. Dizer se vai ter recarga desses açudes é difícil e as autoridades precisam estar preparadas para enfrentar o resto do ano”, coloca. Para Bristot, seriam necessárias chuvas mais constantes e fortes para que o nível das barragens subisse. Nestes próximos dias, a previsão é de chuva, segundo a Emparn. Elas podem ser fortalecidas dependendo do comportamento de uma frente fria que está sobre o Estado de Minas Gerais, no Sudeste.

Os açudes de grande porte ainda estão em situação crítica. De acordo com os dados atualizados pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Denocs), a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Açu, está com 40,15% da sua capacidade total, que é de 2,4 bilhões de metros cúbicos. Isso é bem mais que os 34,47¨% que o reservatório apresentava há pouco mais de 15 dias. Porém, no ano passado, em plena estiagem, o volume de água alcançava quase 47% da capacidade no mês de Abril.

Em Caicó, o açude Itans está pior. Embora o volume de água do reservatório, nos 15 primeiros dias do mês, tenha passado de 8,3 milhões para 12.7 milhões de metros cúbicos, isso só representa 15,6% da capacidade do reservatório, que pode armazenar até 81.75 milhões de metros cúbicos de água.

Entre os reservatórios monitorados pelo Dnocs, o único que está cheio é o pequeno Açude Riacho da Cruz II, no Alto Oeste, cuja capacidade não alcança dos 10 milhões de metros cúbicos. A sangria foi na última semana e tem atraído até turismo.




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