João Gilberto / ALRN
Hermano Morais, deputado estadual
A Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte autorizou o deputado estadual Hermano Morais a se desfiliar do MDB sem que ele corra o risco de ter o mandato reivindicado pelo partido posteriormente. O parlamentar, que já tinha recebido da direção estadual da sigla uma carta de anuência para o desligamento, teve o pedido de desfiliação aprovado por unanimidade na sessão plenária do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RN) desta terça-feira, 20.
O relator do processo de desfiliação foi o juiz José Dantas de Paiva. Amparado na carta de anuência do MDB e também em parecer favorável do Ministério Público Eleitoral, o magistrado reconheceu “justa causa” no pedido de Hermano e foi acompanhado pelos demais juízes da Corte.
Mais cedo, Hermano Morais disse que, caso seu desligamento do MDB fosse aprovado, sua filiação ao PDT seria “uma opção a ser estudada”. O parlamentar classificou o PDT como um “partido interessante” e declarou que “simpatiza” com a legenda, cujo diretório no Rio Grande do Norte é presidido pelo ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves.
“É uma possibilidade que poderá se configurar. O PDT é um partido interessante, que eu simpatizo. Tem uma linha de atuação que tem convergência com o nosso pensamento. Mas vamos tratar desse assunto no momento seguinte (à desfiliação)”, ressaltou Hermano, em entrevista à Rádio Cidade.
Ao confirmar que foi convidado para ingressar no PDT, o parlamentar destacou que sempre teve “boa relação” com Carlos Eduardo, tanto no campo pessoal quanto na política. Segundo Hermano, a exceção foi apenas em 2012, quando os dois disputaram a Prefeitura do Natal – no segundo turno, Carlos Eduardo foi eleito. “Depois (de 2012), restabelecemos a nossa convivência política – a pessoal nunca foi afetada. Apoiei ele na sua reeleição, em 2016, e o apoiei também para o Governo do Estado em 2018”, lembrou.
Hermano registrou que tem sido “estimulado” a disputar a Prefeitura do Natal nas eleições de 2020. Em outras oportunidades, o deputado já chegou a admitir que espera contar com o apoio de Carlos Eduardo para a disputa. “Nessa nova opção partidária, terei que considerar essa hipótese (candidatura em 2020). Teremos que analisar a eleição, que já é no próximo ano”.
O deputado, que está em seu terceiro mandato na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, afirmou que decidiu pedir desfiliação do MDB porque estava insatisfeito com os “rumos” do partido. “O MDB desviou de seu rumo original. De uns anos para cá, várias falhas de condução aconteceram. O partido foi perdendo a sua identidade. Eu vinha sendo cobrado pelas pessoas que me acompanham. Chegou o tempo em que isso tinha de ser resolvido”, salientou.
Outro motivo que pesou na decisão de Hermano foi o fato de o MDB já ter um pré-candidato à Prefeitura: o atual prefeito, Álvaro Dias, que deve concorrer à reeleição.
Segundo Hermano, o MDB precisa ser “revitalizado”. “(Mas) Eu não vi essa movimentação. Não há abertura para renovação no comando e no direcionamento do partido. Isso faz com que muitos se sintam desestimulados”, lamentou.
O parlamentar assinalou que sai do MDB com a “cabeça erguida”. Ele lembrou que, pelo partido, foi vereador em Natal por dois mandatos e cumpre o terceiro mandato de deputado estadual, além de ter sido candidato à Prefeitura do Natal em 2012. Ele agradeceu ao presidente estadual da legenda, o ex-senador Garibaldi Alves Filho, pela carta de anuência e desejou sorte ao agora ex-partido.
Com a desfiliação de Hermano, o MDB passa a ter apenas um deputado na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte: Nélter Queiroz.
Fonte:Agora RN
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