O assentamento Santa Clara, na cidade de Canto do Buriti, Região Sul do Piauí, local onde segundo o ministro Edson Lobão ocorreu o incêndio que provocou um apagão em toda a região Nordeste na quarta-feira (28), mantém um projeto de produção de biodiesel a partir da mamona. Pelo menos 630 famílias moram no assentamento. No local passa uma linha de transmissão da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). As causas do acidente estão sendo investigadas.
As imagens cedidas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostram o incêndio.
Segundo o Ibama, os focos de incêndio na região são comuns nessa época do ano em que a umidade do ar fica baixa no estado. Pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais o Piauí já registrou de janeiro ao dia 28 de agosto um total de 1.695 queimadas.
O fogo só foi controlado por volta das 2h desta quinta-feira (29). A brigada de incêndio do Ibama trabalhou com 18 homens para conter as chamas, que consumiu 15 hectares de terra. No mesmo assentamento um incêndio foi registrado no último domingo (25). Entre os meses de agosto e dezembro do ano passado, cinco mil hectares foram queimados.
"Nós do assentamento acionamos a brigada por volta das 14h30. Por ser uma área de transição entre a caatinga e cerrado é comum de maio a outubro ocorrer incêndios. A área do assentamento em que ocorreu o incêndio não é de produção e sim de responsabilidade da Chesf", disse o gerente administrativo do assentamento Wilson Meneses.
O delegado de Polícia Civil Eduardo Aquino disse que nesta quinta-feira irá até o local para pegar depoimentos das pessoas que moram no assentamento e que possam ter presenciado alguma coisa.
“Como já houve relatos de que o incêndio foi criminoso, vamos acompanhar o caso. Até o momento ninguém veio ao distrito para fazer ocorrência, mas a polícia vai entrar no caso e investigar as causas do incêndio devido aos prejuízos que ele causou para o Nordeste”, disse o delegado titular da Delegacia Regional de Canto do Buriti.
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