Auditores da Receita Federal nas delegacias de Rio e Niterói, empresários e contadores são investigados pelo desvio de mais de R$ 1 bilhão de recursos públicos. O grupo, do qual fazem parte dez auditores da ativa e dois aposentados, foi alvo ontem da operação Alcateia Fluminense, da Polícia Federal (PF) em parceria com a Receita. Segundo as investigações, os servidores recebiam propina para deixar de recolher impostos federais, especialmente o de Renda. Houve casos em que numa só transação R$ 2,7 milhões deixaram de ser recolhidos.
Enrico Zambrotti fala sobre a Operação Alcateia Fluminense
"Que existe uma corrupção sistêmica dentro dos órgãos federais, existe. Vide a Petrobras. Mas, felizmente, não são a maioria dos servidores", disse o corregedor-geral da Receita, Antônio d'Ávila. O rombo pode até ser maior, já que parte de uma estimativa feita com base nos últimos quatro anos e, segundo o delegado responsável pela investigação, Enrico Zambrotti, o grupo agia havia pelo menos 15 anos. O número de servidores envolvidos também pode crescer.
Ontem, a PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão e 29 investigados foram conduzidos à delegacia para prestar depoimento. Nenhum deles foi preso. Cinco suspeitos não foram localizados. De acordo com Zambrotti, "não há necessidade de pressa nas prisões". Os depoimentos, segundo ele, foram uma das últimas etapas no inquérito, a ser concluído "até o fim do ano". Chefe da PF em Niterói, o delegado Roberto Maia informou que a polícia representará no inquérito pela prisão de parte dos investigados.
Dos dez auditores da ativa envolvidos, oito trabalham em Niterói (todos no setor de fiscalização) e dois no Rio. Os demais investigados são empresários e contadores, mas a PF não revelou nomes de suspeitos ou empresas. O delegado se limitou a dizer que há companhias de setores como "lixo e transporte", mas que nenhuma é pública ou tem contratos com o poder público: "Não que tenhamos identificado até agora, pelo menos".
Fonte:Tribuna do Norte
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